Fatos Históricos, Museu

As viagens do Ir.: Mário W. Vieira pela Europa: Iola Di Montese, Bolonha – Itália.

Mario Waddington Vieira, brasileiro, nasceu em 10 de dezembro de 1948, na cidade do Rio de Janeiro. Advogado, administrador, Maçom é um apaixonado pelas histórias do passado do homem. Esporadicamente, viaja a Europa em busca do conhecimento de diversos períodos, tais como: Roma Antiga, Europa Medieval e Primeira e Segunda Guerras Mundiais.

Em sua última viagem, realizada em maio de 2024, visitou a cidadezinha de Iola Di Montese, Bolonha – Itália, onde conheceu o Museu dedicado aos combates entre os alemães nazistas e a nossa gloriosa FEB (Força Expedicionária Brasileira), com o auxílio da 10ª Divisão de Montanha do exército dos Estados Unidos, especializados em combates em áreas nevadas. Esquiadores experientes, com equipamentos criados especificamente para aquela área, era considerada a primeira divisão Alpina do exército americano.

Uma curiosidade sobre os alemães que eram conhecidos como “Tedescos”. Sendo a palavra mais pronunciada pelos nossos pracinhas. Embora exista em português a palavra tedesco como sinônimo de alemão, nossos soldados foram aprendê-la com os italianos. Na guerra, todos os combatentes brasileiros designavam os soldados alemães como tedescos. Em tempo: tedesco é alemão no idioma italiano.

A aldeia de Iola

No inverno rigoroso ocorrido entre 1944 e 1945, o povoado de Iola encontrou-se na última linha defensiva alemã chamada de Linha Gótica, conhecida também como Linha Verde II. Os alemães ocuparam uma extensa área de Bolonha desde o verão, construindo defesas nos cumes dos Apeninos e reforçando-os com armamento pesado. Os cerca de 700 habitantes da aldeia tiveram suas casas invadidas e algumas queimadas, ocorrendo estupros, assassinatos e serviços forçados por parte dos alemães, acrescentando-se, no início de outubro, os tiros das artilharias e os bombardeios das forças aliadas.

Em fevereiro de 1945, a 10th Mountain Division norte-americana, que tinha chegado ao front há poucas semanas, com o apoio das tropas da Força Expedicionária Brasileira (FEB), lançou a ofensiva nos cumes das montanhas da Riva e do monte Belvedere, denominada de Operação Encore, alcançando em poucos dias o monte Terminale, acima do povoado de Iola, defendido pelos soldados e pelas artilharias da 232a divisão alemã.

O topo foi tomado pelos norte-americanos do 86o regimento, da 10a divisão de Montanha, durante a manhã de 3 de março de 1945. As mesmas unidades, nas horas que se seguiram, engajaram uma dura batalha para a conquista do lugarejo, conquistada somente a tarde depois de violentos combates “casa a casa”. Desta forma, Iola foi o primeiro povoado da comuna de Montese a ser liberado. Para presidir o local, na maioria destruído, permaneceram as tropas brasileiras da FEB.

Os estágios finais da Segunda Guerra Mundial foi representada pela Linha Gótica, a última defesa alemã contra o avanço dos Aliados na Itália. Os alemães vieram para Montese no final do verão de 1944, a partir da frente da Toscana.

Imagem da entrada do Museu Iola Di Montese, Bolonha – Itália.

Brasões das unidades militares envolvidas:

10th Mountain Division - Wikipedia

10th Mountain Division (Light Infantry) – EUA

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V Exército americano

Símbolo da Força Expedicionária Brasileira

FEB – Força Expedicionária Brasileira

O front de combate nos Apeninos

No início de novembro, após os primeiros contatos com os alemães na Garfagnana, os brasileiros foram transferidos para o vale do rio Reno onde são esperados por um inimigo totalmente desconhecido: o inverno do Apenino. O Quartel Geral foi instalado em Pistoia e a F.E.B. participou de todas as operações com o objetivo de quebrar a barreira inimiga existente na estrada estadual 64 Porrettana. Apesar das fortes perdas e o intenso frio os brasileiros conseguem arrancar dos mais experientes germânicos importantes posições estratégicas. Na estrada que liga Monte Castelo, Castelnuovo, Montese e Zocca levaram a FEB até Fornovo Di Taro, conquistada no findar de abril de 1945, com o saldo final de 475 mortos e 2.738 feridos.

Na Itália, a FEB se uniu ao IV Corpo do Exército dos Estados Unidos, que integrava o V Exército dos EUA, com o intuito de libertar a Itália, derrotando os alemães e não permitindo os deslocamentos de suas tropas para outros Países da Europa.

Nesse período o Brasil conquistou grandes vitórias na guerra, como as tomadas de Monte Castelo e Montese, e a rendição da tropa alemã em Fornovo di Taro.

A conjuntura que ocorreu na rendição em Fornovo di Taro, é final do conflito na Itália para o Brasil. Nos dias que ocorreram a rendição, a FEB já tinha saído vitoriosa em Monte Castelo (21 de Fevereiro de 1945), Montese (14 de Abril de 1945) e outros territórios, antes da rendição das tropas alemãs em Fornovo di Taro, em 30 de Abril de 1945, e poucos meses antes da volta dos primeiros soldados para o Brasil (18 de Julho de 1945).

O envio das tropas brasileiras para a região de Fornovo di Taro ocorreu após o início da Operação Grapeshot ou Ofensiva da Primavera, que objetivava derrotar as tropas do Eixo estabelecidas no Vale do Pó, antes que pudessem sair da Itália.

No dia 26 de Abril de 1945, as tropas brasileiras iniciaram os ataques. No dia seguinte, surge uma figura central na rendição das tropas alemãs, o padre de Neviano di Rossi, Dom Alessandro Cavalli, que mediou à rendição, desejando evitar mais derramamento de sangue.

Depois de muitas discussões, no final do dia 28 de abril, as tropas alemãs aceitaram se render. O oficial alemão, Major Kuhn, compareceu ao Posto do Comando Brasileiro com uma bandeira branca para as discussões iniciais sobre  a forma da rendição. O restante das tropas compostas pela 148ª Divisão de Infantaria, 90ª Divisão Panzergrenadier e de italianos da Divisão Bersaglieri, totalizando cerca de 14.779 homens, acabaram se rendendo, com um acervo de 4.000 cavalos, 2.500 viaturas e 80 canhões.

A rendição gerou diversos elogios a Força Expedicionária Brasileira – FEB, como o feito pelo General Mark Clark, Comandante do V Exército de Campanha dos EUA: “Foi magnífico o final. Uma atuação magnífica!”.

Munições da Segunda Guerra Mundial de Iola di Montese dadas de presente de Mario W. Vieira ao Museu Militar Milton Moraes de Penedo – Itatiaia – RJ.

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Agradecimentos a Iola di Montese.

 

Fonte de pesquisa:

Informações, imagens e textos de Mario W. Vieira.
Site – História Militar em debate
Museu Iola di Montese

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