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Histórias da Roma Antiga I

Histórias da Roma Antiga I

Vamos falar um pouco de histórias Romanas, as Legiões Romanas e os capacetes romanos.

Legiões Romanas

A Legião Romana (do Latim legio) era a maior unidade militar do exército romano, contando com mais de 3 000 homens (os legionários) em suas fileiras no início da Era Republicana, chegando posteriormente a ter mais de 5 200 soldados no período do império, consistido de centúrias como a unidade básica. Até meados do primeiro século da Era cristã, uma legião era formada pelo somatório de dez coortes (com 500 homens em cada, totalizando 5 000 em armas). Mais tarde, foi mudada para nove coortes de tamanho padrão (com 6 centúrias de 80 homens cada) e uma coorte com o dobro do tamanho (cinco centúrias também maiores, com 160 legionários cada).

Durante o período imperial, as legiões eram formadas pela infantaria pesada de elite do exército romano, recrutada exclusivamente entre cidadãos romanos, enquanto o resto do exército era formado pelos chamados auxiares (que em sua maioria eram não romanos), que forneciam infantaria extra, arqueiros e boa parte da cavalaria. Na segunda metade da Era Imperial, a maior parte do exército romano passou a ser formado por auxiliares.

Na Europa é comum a dramatização de todos periodos históricos da Humanidade.

Durante a República e certos períodos do Império Romano, não havia um exército romano propriamente dito. Cada general, ou alto magistrado, possuía uma ou mais legiões que lhe eram fiéis e obedeciam antes as suas ordens que as de um comandante geral. Durante a República, cada cônsul era responsável por suas próprias legiões, devendo também comandá-las.

As legiões romanas venceram gregos, cartagineses, gauleses, bretões, sírios, egípcios, lusitanos e hispânicos. Sua força ocupou dez mil quilômetros de fronteiras e saiu da Europa rumo à África e ao Oriente Médio: eram os grupos de guerreiros que formavam o exército do império. Em seu auge, século I, organizadas para realizar manobras bastante difíceis, cada legião tinha até seis mil homens distribuídos em três grandes grupos: as coortes, os manípulos e as centúrias. Suas duas maiores lições são copiadas, até hoje, pelos exércitos do mundo todo: disciplina e estratégia.

Dos cinco mil homens (em média) em uma legião, cerca de 300 eram provenientes de cidades ou estados vassalos, e faziam o papel de auxiliares de infantaria ou cavalaria.

O componente principal da legião era a infantaria pesada, formada por soldados que lutavam a pé, armados com pilo e gládio, protegidos por uma armadura segmentada, um escudo retangular convexo e um capacete, sendo que o mais utilizado no período foi o modelo imperial gálico. A infantaria era organizada em forma de xadrez, com as tropas intercaladas. Na primeira linha de combate ficavam os guerreiros mais jovens, chamados de hastados. Homens mais resistentes, chamados príncipes, formavam a segunda linha de combate e entravam em ação quando os hastados falhavam. Na terceira linha, os soldados mais experientes entravam na briga nos momentos decisivos. Faziam, ainda, parte da infantaria, as bandeiras coloridas que, no meio do caos(da guerra), mostravam onde estava cada um dos grupos de soldados. Uma legião era dividida em centurias (divisões com 80 a 100 legionários), comandada pelos centuriões. Também essas eram, eventualmente, divididas em grupamentos de dez.

Cinco a oito centúrias formavam a coorte, geralmente comandada por um tribuno; seis a oito coortes em média formavam uma legião.

Capacetes Romanos

Os capacetes romanos também chamado gálea era um aparato fundamental da armadura dos soldados da Roma Antiga. Poucos guerreiros eram tão blindados — ou fortemente armados — como os romanos!

Ao longo dos séculos, a armadura romana mudou significativamente como resultado de novas modas, novas tecnologias e novos desafios.

Os capacetes romanos refletiam essas mudanças e eram produzidos em grandes quantidades — desde o mais simples ao fabulosamente elaborado. Confira abaixo 5 modelos utilizados pelos legionários de infantaria ao longo dos séculos.

Contexto histórico

Originalmente, os capacetes romanos foram influenciados pelos vizinhos etruscos (e até mesmo pelos gregos no sul). Existem evidências arqueológicas dispersas, muitas vezes danificadas ou incompletas, desses capacetes.

Alguns desses aparatos usados ​​pelos legionários tinham um suporte de crista, que eram, geralmente, feitas de plumas ou crina de cavalo. Alguns gladiadores também usaram grandes cristas emplumadas. Mas seus capacetes diferiam das gáleas dos soldados romanos.

Os historiadores não sabem os nomes que os romanos usavam para seus modelos de capacetes. Na era moderna, diferentes sistemas de classificação foram desenvolvidos, então eles podem ter outros nomes além dos descritos abaixo.

1 – Capacete montefortino (IV a.C. a I d.C.)

O Montefortino é o tipo mais antigo de capacete romano. Tal como acontece com muitos outros modelos, originou-se com os celtas.

Era mais comum em bronze, mas o ferro também foi usado ocasionalmente na sua fabricação. Caracterizava-se por sua forma cônica ou arredondada, e tinha um botão central elevado na parte superior do capacete.

Ele também apresentava um protetor de pescoço saliente e placas de bochecha que protegiam o lado da cabeça. A maioria dos achados não tem seus protetores de bochecha, o que levou à especulação de que eles podem ter sido feitos de algum tipo de material perecível.

Muitas vezes o nome do soldado que usava o capacete estava inscrito dentro dele. Esses elmos são muito semelhantes ao estilo Coolus, de modo que são frequentemente agrupados em sistemas de classificação modernos.

2 – Capacete romano Coolus (século III a.C. até pelo menos 79 d.C.)

Como o capacete Montefortino, o capacete romano Coolus também era de origem celta. Ambos podem ter sido adotados pelos romanos porque seu design simples significava que eles poderiam ser produzidos em massa de forma barata. Isso foi importante durante esse período, pois muitos cidadãos romanos foram chamados para servir no exército.

O estilo Coolus viu seu maior uso durante o período das guerras gálicas de Júlio César (58-50 a.C.), possivelmente porque um grande número de armeiros celtas foram empregados pelos romanos nessa época.

Esse modelo era geralmente feito de latão ou bronze, embora seja possível que alguns também fossem feitos de ferro. Eles eram globulares ou hemisféricos em vez de cônicos.

Também apresentavam um protetor de pescoço e um botão de crista girado, fundido ou rebitado. Como a maioria dos capacetes de origem celta, eles foram perfurados para permitir que gravatas ou protetores de bochecha fossem adicionados ao capacete. No geral, este era um capacete romano bastante simples, com as únicas decorações sendo sulcos ocasionais ou painéis elevados nas bochechas.

Capacete do modelo coolus usado pelos soldados das legiões romanas.

3 – Capacete imperial gaulês (final do séc I a.C. até início do séc II d.C.)

Após as Guerras da Gália, houve uma ampla adoção de capacetes de ferro entre os soldados do exército romano.

Com a conquista da Gália, Roma agora tinha acesso irrestrito aos armeiros Celtas da região. Isso resultou no desenvolvimento de um novo estilo de capacete conhecido como tipo imperial, subdividido em imperial gaulês e imperial itálico.

A tigela do estilo imperial gaulês era arredondada, com um topo achatado e lados retos. Também apresentava protetores de bochecha proeminentes feitos de ferro. Sua proteção de pescoço semicircular com relevo trabalhava para aumentar a rigidez e formava um anel de suspensão na superfície inferior.

E contava com duas cristas occipitais elevadas acima do protetor de pescoço flangeado para fora e as “sobrancelhas” em relevo na frente do capacete.

Capacete romano imperial gaulês.
4 – Capacete imperial itálico (final do séc I a.C. até início do séc III d.C.)

O outro estilo imperial de capacete romano é conhecido como itálico por causa das influências fortes e distintamente itálicas em seu design e aparência. Essas gáleas foram provavelmente fabricadas em oficinas italianas, onde foram adicionados recursos pertencentes às tradições greco-etruscas e italianas.

Na Era Moderna, esse tipo é geralmente associado a oficiais como Centuriões e a Guarda Pretoriana. No entanto, não está totalmente claro se eles eram usados ​​como um distintivo de patente ou se era apenas um sinal do maior poder aquisitivo desses soldados.

A aparência geral do estilo imperial itálico é muito semelhante à do imperial gaulês. No entanto, esses capacetes também exibiam várias semelhanças com o estilo ático do capacete grego dos séculos IV a III a.C.

As características que diferenciavam o capacete imperial itálico romano eram sua torção de placa redonda no acessório de crista e sua falta de sobrancelhas e flanges de garganta. Vários exemplos sobreviventes desse tipo foram feitos de bronze em vez de ferro, também considerado mais da tradição itálica do que celta.

Alguns estudiosos acreditam que essas características arcaicas podem indicar que esses capacetes serviam mais para exibição ou propósito cerimonial e não eram necessariamente esperados para suportar os rigores do combate.

Capacete imperial itálico.
5 – Capacete de cume (modelo tardio)

Esse capacete romano é um tipo mais tardio. Foi representado pela primeira vez em moedas do século IV d.C. do imperador Constantino I.

À medida que as influências celtas anteriores continuaram a diminuir, os capacetes romanos começaram a exibir cada vez mais influências sassânidas. Isso é particularmente aparente nesse modelo, que parece ter feito sua primeira aparição no século III d.C.

Tinha uma tigela formada por duas metades. Estas foram então unidas por uma banda pesada que corria de frente para trás e outra banda que corria ao longo da borda, curvando-se sobre cada olho.

Uma característica única desses capacetes era a guarda nasal, que não é encontrada nos capacetes romanos que exibem influência celta. Eles também não têm os orifícios para os ouvidos encontrados na maioria dos outros tipos de capacete romano.

A maioria desses capacetes era feita de ferro e embainhada em outro metal, como prata. A maior parte do que sobreviveu é o metal que embainhou o ferro.

Capacete romano tardio, com mais proteção e mais ornamentado.

Bônus: capacete de Constantino

Além dos capacetes utilizados pelos soldados das legiões, trazemos também um modelo bônus, o elmo utilizado por um dos mais famosos imperadores romanos.

Constantino, o Grande foi o primeiro imperador que se converteu ao Cristianismo (por volta de 300 d.C.).

De acordo com algumas fontes antigas, como Ambrósio e outros, esse imperador usava um capacete ornamentado com algumas relíquias sagradas recolhidas na Terra Santa por sua mãe, a imperatriz Helena (hoje Santa Helena).

Segundo a tradição, Helena encontrou a cruz e três pregos usados ​ na crucificação de Jesus. Assim, o capacete de Constantino incluía um dos sagrados cravos que Santa Helena encontrou no local da crucificação.

Desse modo, acreditava-se que Constantino estava protegido. Nessa época, ele tinha a posse das relíquias mais sagradas conhecidas pelo homem!

 

Archaeology & Art on Instagram: "Evolution of the legionaries helmet.⁣ ⁣ #archaeologyart"

Quadro da evolução dos capacetes romanos.

 

Fonte de pesquisa histórica:

Wikipédia
Jafet Numismáica

 

 

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