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Portugal e os Templários: Amizade antiga de 1160.

Portugal e os Templários: Amizade antiga de 1160.

A relação entre Portugal e os Cavaleiros Templários é um tema histórico fascinante e complexo que tem intrigado pesquisadores e estudiosos ao longo dos séculos. A Ordem dos Cavaleiros Templários foi fundada no início do século XII com o objetivo de proteger os peregrinos cristãos que viajavam para a Terra Santa durante as Cruzadas. No entanto, sua influência se estendeu para além das fronteiras da Palestina, alcançando a Europa Ocidental, incluindo Portugal.

A presença dos Templários em Portugal começou na segunda metade do século XII, após a conquista de territórios muçulmanos no sul do país, durante o processo conhecido como a Reconquista Cristã. A Ordem dos Templários recebeu terras e privilégios do rei Afonso I de Portugal em agradecimento por sua ajuda na luta contra os mouros. A presença dos Templários em Portugal se estendeu por cerca de dois séculos, e eles se tornaram um elemento importante na sociedade e economia do país.

Em Portugal, liderados pelo mestre Gualdim Pais, que se tornaria uma figura lendária, os cavaleiros templários tiveram importante papel nas Guerras de Reconquista. Com o passar dos séculos, a Ordem acumulou imensa quantidade de terras e propriedades urbanas, tornando-se rica e poderosa.

A Rota dos Templários de Portugal

A ligação entre Portugal e os Templários foi fortalecida por várias razões:

1. Contribuições militares: Os Templários eram conhecidos por seu treinamento militar, disciplina e habilidades táticas, o que os tornou uma força valiosa na luta contra os muçulmanos durante a Reconquista Cristã em Portugal.

2. Terras e privilégios: Os Templários receberam terras e doações de propriedades em Portugal, o que lhes conferiu poder econômico e influência na sociedade.

3. Rotas de comércio: A Ordem dos Templários era responsável por criar e proteger rotas de comércio, o que contribuiu para o desenvolvimento econômico do país.

4. Banco Templário: A Ordem estabeleceu uma rede de bancos que permitia o financiamento de diversas atividades, como a construção de castelos, igrejas e fortificações.

5. Apoio real: Os Templários eram protegidos por reis portugueses sucessivos, que viam na Ordem uma forma de aumentar seu poder e prestígio.

Uma das principais referências da presença dos Templários em Portugal é o Castelo de Tomar, conhecido como Convento de Cristo, uma das principais fortalezas da Ordem Templária na Península Ibérica. A construção do castelo teve início em meados do século XII e foi ampliada e modificada ao longo dos anos pelos Templários e, posteriormente, pelos sucessores da Ordem, os Cavaleiros de Cristo.

Castelo de Tomar – Wikipédia, a enciclopédia livre
Castelo Templário em Tomar.

No entanto, a história dos Templários em Portugal não foi isenta de controvérsias e conflitos. Em 1307, o rei Filipe IV da França ordenou a prisão dos Templários em seus territórios e acusou-os de heresia, o que levou à dissolução da Ordem em grande parte da Europa. Em Portugal, o rei Dinís I resistiu à pressão de Filipe IV e inicialmente protegeu os Templários no país. Porém, em 1312, o Papa Clemente V decretou a supressão da Ordem dos Templários em toda a cristandade, o que levou à extinção oficial da Ordem em Portugal em 1319.

Os bens e terras dos Templários em Portugal foram transferidos para a recém-criada Ordem de Cristo, uma sucessora espiritual dos Templários, que manteve o patrimônio e o conhecimento da antiga Ordem. A Ordem de Cristo continuou a desempenhar um papel significativo na história de Portugal, participando das grandes navegações e do estabelecimento do império ultramarino português.

Em suma, a relação entre Portugal e os Cavaleiros Templários foi marcada por uma colaboração estratégica, militar e econômica que teve um impacto significativo na história do país. Os Templários deixaram um legado cultural e arquitetônico importante em Portugal, e sua presença influenciou a forma como a sociedade portuguesa se desenvolveu ao longo do tempo. No entanto, também houve momentos de tensão e controvérsia, especialmente quando a Ordem foi perseguida e extinta em todo o mundo cristão no século XIV. É por meio de estudos cuidadosos e investigações históricas que podemos entender melhor a rica e complexa relação entre Portugal e os Cavaleiros Templários.

Os Templários também tiveram um livro de regras escrito por São Bernardo e se chamava Regra. Seu lema foi retirado do livro dos Salmos: “Non nobis Domine, non nobis, sed nomini tuo ad gloriam” (Slm. 115:1 – Vulgata Latina) e tem como significado “Não a nós, Senhor, não a nós, mas pela Glória de teu nome”.

 

Referência bibliográfica:

Estudos Históricos

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