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Jacques de Molay: O Último Grão Mestre dos Cavaleiros Templários 1314

Jacques de Molay, O Último Grão Mestre dos Cavaleiros Templários

Em 18 de Março de 1314, ocorreu um dos acontecimentos mais misteriosos e, ao mesmo tempo, dramáticos da Idade Média. Nesta data foi queimado na fogueira em França, o último mestre da Ordem dos Templários Jacques de Molay. E o Rei de França, Filipe o Belo, fez questão de o presenciar pessoalmente. E as extraordinárias implicações que isto teve.

Esta história começou um pouco antes, numa Sexta-Feira 13, em Outubro de 1307. Neste dia, começou a perseguição à Ordem do Templo, ficando a Sexta-Feira 13 associada para sempre como o dia de azar. Tal facto aconteceu por diversos motivos, complexos de descrever, mas um deles será devido à Ordem do Templo ser um forte credor de França, na altura a braços com uma grave crise.

Jacques de Molay

A vida de Jacques de Molay

Jacques de Molay nasceu por volta de 1240 em Molay, na Borgonha, França. Pouco se sabe sobre seus primeiros anos de vida, mas acredita-se que ele tenha se juntado aos Cavaleiros Templários em uma idade jovem, provavelmente em sua adolescência.

Ele subiu rapidamente nas fileiras da ordem, servindo como Preceptor na Inglaterra e na Escócia antes de ser nomeado Grão-Mestre em 1292. Sob seu comando, a ordem continuou a crescer em poder e influência, consolidando sua posição como uma das instituições mais poderosas e ricas da Europa.

Condenação e Morte

O processo de condenação e execução de Jacques de Molay foi um dos eventos mais dramáticos e misteriosos da Idade Média. A Ordem dos Templários, uma das mais poderosas ordens militares-religiosas da época, foi acusada de heresia e corrupção pelo rei Filipe IV da França, também conhecido como Filipe o Belo.

O processo começou em 1307, quando o rei ordenou a prisão de todos os membros da Ordem dos Templários na França, incluindo Jacques de Molay. Eles foram acusados de diversos crimes, como adoração de ídolos, sacrilégio e sodomia. As acusações eram amplas e vagas, e muitos historiadores acreditam que elas foram fabricadas pelo rei como uma maneira de confiscar as riquezas da ordem, que era um dos maiores credores da coroa francesa.

Jacques de Molay foi mantido em custódia por sete anos, durante os quais foi submetido a interrogatórios, torturas e humilhações. No entanto, ele sempre negou as acusações contra ele e a ordem, afirmando que os Templários eram inocentes de qualquer crime.

Em 1314, o rei Filipe IV convocou um grande conselho da igreja em Paris, onde Jacques de Molay e outros líderes templários foram julgados. O julgamento foi uma farsa, com as acusações sendo ampliadas e exageradas para pintar a ordem como uma ameaça à igreja e ao estado. Apesar disso, Jacques de Molay se manteve firme em sua defesa e reafirmou a inocência da ordem.

No entanto, em 18 de março de 1314, Jacques de Molay e outro líder templário, Geoffroy de Charnay, foram levados para a praça em frente à catedral de Notre-Dame, em Paris. Lá, foram forçados a confessar seus supostos crimes e a renunciar à sua fé. Em seguida, foram queimados vivos na fogueira.

A execução de Jacques de Molay foi um evento marcante na história da Idade Média, e teve implicações políticas e religiosas em toda a Europa. A Ordem dos Templários foi extinta e seus bens foram confiscados pelo rei Filipe IV. Muitos membros da ordem foram presos, executados ou fugiram para outros países, como Portugal, onde a Ordem dos Templários foi renomeada como Ordem de Cristo.

Filipe, O Belo Filipe IV, também conhecido como Filipe o Belo, governou a França de 1285 até sua morte em 1314. Ele foi um dos reis mais poderosos e ambiciosos da França medieval, expandindo o poder real em detrimento dos nobres e da Igreja Católica.

Filipe IV da França, O Belo

Durante seu reinado, Filipe o Belo aumentou os impostos sobre a população francesa, o que lhe garantiu uma enorme fortuna para investir em seu governo e nas guerras que ele travou. Ele também foi responsável por estabelecer o parlamento francês, conhecido como Estados Gerais, que se tornou um importante instrumento de controle real sobre os nobres.

Filipe o Belo enfrentou a Igreja Católica quando se envolveu em uma disputa com o Papa Bonifácio VIII, que reivindicou a supremacia papal sobre a autoridade real. Filipe o Belo defendeu o direito dos monarcas de governar sem interferência papal e promoveu a prisão do Papa em 1303. Em 1303, ele promoveu a prisão do Papa Bonifácio VIII, que havia emitido uma bula papal que limitava a autoridade do rei francês. A prisão do Papa ficou conhecida como o “Cativeiro de Avignon”, que durou de 1309 a 1376. Durante esse período, os Papas estiveram sob a influência da monarquia francesa, que buscava controlar a Igreja Católica. Apesar da libertação do Papa, a tensão entre a coroa francesa e o papado continuou.

Castelo de Avignon, em Avignon, França. Onde os papas ficaram cativos

A perseguição aos Templários foi outra ação importante de Filipe o Belo. Ele se apropriou das terras e da riqueza da ordem, acusando-os de heresia e corrupção. Após anos de perseguição, o Grão-Mestre Jacques de Molay foi preso e queimado na fogueira em 1314.

Filipe o Belo morreu em novembro de 1314, poucos meses após a morte de Jacques de Molay. Sua morte foi causada por um derrame cerebral, mas há relatos de que ele foi amaldiçoado pelo Grão-Mestre dos Templários antes de morrer. A lenda conta que Jacques de Molay disse que tanto Filipe o Belo quanto o Papa Clemente V seriam julgados perante Deus em menos de um ano, e de fato, ambos morreram dentro de um ano após a execução dos Templários.

Em resumo, o reinado de Filipe o Belo foi marcado por sua ambição em expandir o poder real e controlar os nobres e a Igreja Católica. Sua perseguição aos Templários foi uma das ações mais polêmicas de seu governo e gerou consequências duradouras na história europeia. Sua morte, cercada de lendas e maldições, encerrou um reinado conturbado e ambicioso.

Coroa Francesa endividada

Os Templários eram um dos principais credores da coroa francesa na época. Durante o reinado de Filipe IV, a França estava em uma grave crise financeira, devido a guerras e outros fatores. Para solucionar o problema, o rei começou a explorar diversas fontes de recursos, incluindo a cobrança de impostos e a expropriação de bens da Igreja.

Os Templários eram um dos maiores proprietários de terras da Europa na época, e a sua riqueza era vista com desconfiança por muitos governantes e líderes religiosos. Além disso, a ordem tinha uma grande influência na Europa, possuindo diversos contatos e alianças com outras ordens religiosas, líderes políticos e empresários.

Filipe o Belo viu nos Templários uma oportunidade de obter recursos financeiros para a coroa, e iniciou uma campanha de difamação contra a ordem, acusando-a de práticas heréticas e imorais. Em 1307, ele ordenou a prisão de todos os membros da ordem na França, incluindo o Grão-Mestre Jacques de Molay.

Isso tudo foi em grande parte uma manobra política da Coroa Francesa para tomar as vastas terras e riquezas dos Templários.

Fuga para Portugal e o Inicio dos Descobrimentos

Após a perseguição e extinção dos Templários em 1312, muitos dos seus membros fugiram para outras regiões da Europa em busca de proteção. Alguns deles encontraram abrigo em Portugal, onde o rei D. Dinis os acolheu e permitiu que continuassem suas atividades. Em Portugal, a Ordem do Templo foi oficialmente extinta, mas seus bens e territórios foram entregues à recém-criada Ordem de Cristo, que tinha como símbolo a cruz de Cristo e como missão a defesa da fé e a expansão do império português.

Convento de Cristo, da Ordem de Cristo, em Tomar, Portugal.

 

A Ordem de Cristo foi fundada em 1319 pelo rei D. Dinis e tinha como Grão-Mestre o seu filho, o infante D. Henrique. A nova ordem tinha muitos ex-membros dos Templários em suas fileiras, incluindo o famoso navegador e cartógrafo português, Vasco da Gama. A ordem teve um papel fundamental nos Descobrimentos Portugueses, financiando muitas das expedições marítimas e ajudando a criar a infraestrutura necessária para essas viagens, como a construção de escolas náuticas e a produção de mapas precisos.

Além disso, a Ordem de Cristo teve um papel importante na expansão do cristianismo nas áreas descobertas pelos portugueses, apoiando financeiramente as viagens de exploração e contribuindo para a formação do Império Português, além de enviar missionários e construir igrejas e mosteiros. Muitos dos grandes exploradores portugueses, como Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e Fernão de Magalhães, eram membros da ordem.

Vasco da Gama, partindo de Lisboa.

 

A Ordem de Cristo continuou a ter uma grande influência em Portugal até o século XIX, quando foi extinta pelo governo liberal. Seu legado, no entanto, permaneceu vivo na história de Portugal e na memória dos exploradores e navegadores que ajudaram a construir o império português.

 

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Referência Bibliográfica:

Site: Nos Rastros da História.

Uma ideia sobre “Jacques de Molay: O Último Grão Mestre dos Cavaleiros Templários 1314

  1. VALDEMIRO LOPES DA SILVA disse:

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